Existem
muitos mitos, anseios e verdades escondidas nessa que é a maior transformação
que uma mulher pode passar. Algumas jogam esse aprendizado pela janela de forma
vil, outras são impedidas de passarem por isso, e existem as que simplesmente
não querem. Cada uma tem seu motivo e não cabe aqui julgamento. Vamos voltar às
que podem, querem e passam pela metamorfose.
Parece
lei que tudo que dignifica tenha que ser sofrido. Não concordo, acho que cada
mulher deve ter o direito de escolher a forma de parto, sem apontar o dedo ou
se achar mais que a outra por opção do tipo de parto. Tive duas gestações e
duas cesáreas, e não me arrependo. Se você teve parto normal, ótimo, cada um na
sua liberdade de escolha.
Mas
aí vem a segunda parte, a parte de cuidar do bebê, aí sim começa a fase da
metamorfose final. Onde o encanto, a fantasia dá de cara com a realidade : um
serzinho indefeso que depende inteiramente de você. Viramos zumbis maltrapilhos
e de temperamento duvidoso, rs. Nessa hora, toda aquela fantasia bonita cai por
terra. Aí alguns podem perguntar ou mesmo afirmar de forma maldosa : “ Ah, mas
foi opção, se vira “. Fácil julgar, tecer comentários sarcasticamente milimetrados,
principalmente por aqueles que não sabem o que é a metamorfose. Pois eu lhes
respondo, no alto de minhas duas experiências.....
Fui
mãe por opção ( a segunda uma deliciosa surpresa ), passei por transformações,
não me deslumbrei, perdi meu cabelo na amamentação das duas gestações, quase
perdi minha autoestima.... Mas saí bem mais forte, joguei fora aquela cartilha
do “como ser mãe”, afinal de contas, cada uma tem uma experiência e o que serve
para mim não serve para o outro. Nunca cedi aos comentários de como tinha que
ser ou agir, segui meus instintos e acredito estar fazendo um bom trabalho. Estou criando duas pessoas, dois cidadãos, que
saberão se portar diante dos reveses da vida, das perdas e das desilusões. Não
crio filhos, sustentando suas ilusões de "pode tudo", nem do "ter tudo". Quero que
saibam que tudo tem um preço e que a língua pérfida do outro só lhes atingirão
se deixarem. Em contrapartida, lhes ensino que a gratidão e saber reconhecer o
que de bom lhes vem é uma grande virtude. Posso ser dura, mas tenho certeza que
as raízes que estou cultivando neles, não será qualquer ventinho ou chuva forte
que irá arrancar-lhes da terra.
Joguem
fora qualquer tipo de cartilha do como deve ser, sejam o que são, mães, afinal
de contas quando a porta se fecha em sua casa, você é apenas o que é, a mãe que
pode ser. Lembrem-se sempre que são mulheres, cuidem-se e se amem, porque seus
filhos precisam de mães inteiras, e não de mães em cacos.
Sou
grata ao universo por poder passar pela experiência duas vezes e faria tudo de novo.
Um
grande abraço aquelas mães que não levaram seus filhos em seus ventres, mas que
os trazem em seus corações. Outro grande abraço às mães dos filhos de 4 patas,
tudo é válido. Ser mãe é um elo que não depende da gestação apenas, mas do amor
que os une.
Feliz
dia das mães à todas, sejam como forem, são mães!!!!
(Andréa C Narita)
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